sábado, 30 de janeiro de 2010

Vai- vai 2010

TEMA:


80 anos de arte e euforia. É bom no samba, é bom no couro. Salve o duplo Jubileu de Carvalho.


Tenho na pele a cor da minha raça.

Para mostrar o meu valor, driblei adversários e adversidades, enfrentei o racismo, superei obstáculos e mudei leis, fiquei conhecido mundialmente, tornei-me líder, o maior do mundo.

Hoje faço parte dos dois maiores espetáculos da terra, e no continente dos meus antepassados, no país do Apartheid, vejo a copa tornar-se realmente do mundo.

As minhas lembranças e recordações nos farão viajar pela história das copas, que se confunde muitas vezes com a história do mundo.

Desde os anos trinta, muitas etapas foram superadas, as dificuldades eram colossais, a locomoção das delegações, o pouco aprimoramento técnico e tático do futebol, a segregação do negro, passando pelos períodos pré e pós guerra, culminando com a sua paralisação durante a segunda guerra mundial.

A copa ressurgiu em 1950, e pude ver o meu povo se desesperar com a derrota no jogo que ficou conhecido como “Maracanaço”, porém, o mundo passou a conhecer o jeito brasileiro de jogar futebol (superamos o complexo de vira-lata).

Não demorou para alcançarmos a consagração do futebol brasileiro, surgiu o futebol arte, com sua ginga, técnica e malabarismo e o aparecimento do maior jogador de todos os tempos, “O Rei Pelé”, passamos a ser reconhecidos como “o país do futebol”. Terminamos esse período com a conquista definitiva da taça Jules Rimet, que posteriormente foi roubada e derretida.

Tenho que citar o período do futebol retranca que coincidiu com a época de muitos regimes autoritários e de repressão espalhados pelo mundo, com ditadores usando o futebol como ópio para os seus povos, época em que grandes seleções, recheadas de grandes craques, como a “Laranja Mecânica – Holanda 74/78” e a “Seleção Brasileira de 82” que não conquistaram nada.

Esse fenômeno tornou o futebol robotizado, sem o mesmo brilho de outrora.

Finalmente citarei os anos 90, a era das aberturas políticas e da democratização da maioria dos regimes autoritários a globalização do futebol que fez da FIFA a entidade com o maior numero de filiados (mais que a ONU); neste período observei também a crescente presença da mídia com a conseqüente exposição e super valorização dos artistas.

A copa do mundo representa a exacerbação dos sentimentos nacionalistas (A pátria de chuteira), é o povo nutrindo sua admiração aos gênios da bola, assim como no carnaval nós reverenciamos os grandes gênios da nossa cultura.

Para coroar esta história, a escola de samba mais vitoriosa do carnaval Paulistano e o país que conquistou o maior número de copas do mundo e que será sede da Copa de 2.014 (quem sabe talvez para se redimir do fracasso de 1950) se unem para celebrar esse duplo Jubileu de Carvalho.

Por: Comissão de Carnaval

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